46.ª Mostra de Cinema: crítica de “Nezouh”

Imagem de reprodução

Por Tarcilio de Souza Barros

“Nezouh”, um filme de Soudade Kaadan, é indubitavelmente um filme feminino.

A diretora filmou nas ruínas de Damasco, capital da Síria cruelmente destruída por mísseis, deixando a outrora bela cidade sem energia e abastecimento de água.

Uma família de classe média reluta para sair de sua moradia que foi atingida por um míssil que deixa uma enorme cavidade no teto, vindo esse vão redondo servir a uma alegoria de liberdade por mostrar o sol durante o dia e as estrelas durante a noite.

O casal tem uma filha única, Zeina de 14 anos, que amam e protegem do dantesco exterior visto em ruínas através de uma filmagem panorâmica por uma cavidade do imóvel destruído.

A diretora Soudade dá umas pitadas de poesia com Zeina descobrindo o amor com Aman, um jovem órfão que perdeu seus pais num ataque aéreo.

Segue cenas românticas num estilo de Romeu e Julieta, vindo a mãe da menina a juntar o que pode levar num saco e, junto com a filha e o jovem, a abandonar a casa arruinada que o pai reluta em sair. Os três empreendem uma fuga por sobre ruínas desoladoras da cidade em direção ao mar, em busca da liberdade.

Esse plot foi filmado num projeto de sete anos que a diretora se propôs a levar a filmagem e somente pode realizar com recursos de países estrangeiros.

Serviço

Filme: Nezoun

D./R.: Soudade Kaadan

Origem: Reino Unido, Síria, Qatar

2022 – Cor – 103 min. Ficção

Avaliação: BOM

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