46.ª Mostra de Cinema: crítica de “Terceira Guerra Mundial”

Imagem de reprodução

 

Por Tarcilio de Souza Barros

 

“Terceira Guerra Mundial”, com direção e roteiro do iraniano Houman Sevedi, conta a história de Shakie, um homeless que trabalha por bico. Sofrido pela morte da mulher e do filho num terremoto, vai vivendo e comendo pela vida como pode.

Um dia encontra Ladam, uma mulher surda e muda, e passa a conviver com ela.

Shakie trabalha sob condições adversas como frio, chuvas intensas e chão enlameado num canteiro de obras. Este ambiente serve como cenário para um filme que narra as atrocidades de Hitler e da Gestapo. Vemos um filme dentro de outro filme.

Neste local o protagonista é convidado para fazer um papel na produção e se convence de que há um recomeço de vida, inclusive com Ladan ao lado.

Vemos a diferença social no canteiro de obras onde operários dormem em galpões frios, com chuvas caindo pelo teto, alimentação precária e os construtores, chefes de turmas habitarem uma casa dotada de todo conforto, como energia, água e comida em abundância. O diretor mostra a exclusão social de forma clara.

Desenrola entre eles uma sequência de violências com agressões físicas. Naquelas condições Shakie introduz Ladan dentro da casa aquecida para protegê-la do adverso exterior; eis que naquele inferno de vivência a casa é tomada por incêndio e Ladan, nas condições de surda e muda, desaparece nas cinzas da casa.

Um roteiro pesado, com cenas de violência, cortes rápidos, num cenário áspero de convivência humana o filme deixa uma impressão pesada, mais ainda por seu final que é a desesperança de Shakie por sua vida arruinada pela perda de Ladan e volta a vida das sarjetas.

No papel desse personagem, o ator por sua interpretação que raia a miséria humana, foi agraciado no Festival do Cinema de Locarno com o prêmio de Melhor Ator.

 

Serviço

Terceira Guerra Mundial.

Dir,/Rot.: Houman Sevedi

Origem: Irã – 2022 – Cor – 107 min. Ficção

Avaliação: BOM

Veja também