O projeto multilinguagem “A extinção é para sempre”, idealizado pelo artista Nuno Ramos, está aberto a partir de hoje, 25, no Sesc Avenida Paulista. Trata-se de um laboratório artístico que promove o diálogo entre as diferentes linguagens. Ele é realizado pelo Sesc São Paulo com apoio do Goethe-Institut.
“A extinção é para sempre” surge como uma resposta poética à situação pandêmica e à conjuntura brasileira e é estruturado em sete episódios, reunindo das artes visuais, literatura, música, teatro, dança e cinema, entre os quais Antonio Araujo, Noemi Jaffe, Romulo Fróes, Allyson Amaral, Eduardo Fukushima e Tenca Silva. O projeto inédito teve início em janeiro de 2021 e terá desdobramentos ao longo de um ano.
O primeiro desdobramento é a proposição CHAMA, um monumento em memória a todos que perderam a vida na pandemia, estruturado de forma virtual e física, não aberto à visitação, no Sesc Avenida Paulista, a partir de 25 de maio, como uma espécie de flama eterna e ininterrupta que permanecerá acesa por um ano. Os interessados podem conferir a obra em http://www.sescsp.org.br/aextincaoeparasempre. Nas próximas semanas, em data a ser definida, o público também poderá participar ativamente da obra inscrevendo-se, por meio do site, para compartilhar sua própria Chama, compondo um chamado internacional ao luto, à pausa e à dignificação de cada perda.
Em cada um dos sete episódios, a equipe artística é reorganizada. Há participações pontuais e também um núcleo que perpassa todo o projeto. Ele é composto por Tarina Quelho, coreógrafa e preparadora corporal, o músico Romulo Fróes e os performers Allyson Amaral, Tenca Silva, Nilcéia Vicente, Ivy Souza e Leandro Souza. Esse grupo fixo, que nasceu de uma busca por novas parcerias, também irá ajudar a criar um diálogo entre todas as obras.
O conjunto de “A extinção é para sempre” é formado por sete episódios: CHAMA, Chão-Pão, Iracema Fala, Monumento, Os desastres da Guerra, Helióptero e A extinção é para sempre. Os demais episódios seguem em desenvolvimento no laboratório artístico e seus desdobramentos para o público estarão sujeitos às possibilidades de interação que as mudanças no contexto da pandemia permitirem nos próximos meses.
“Estamos vivendo um misto de queda sem fim com ataque por todos os lados. O projeto é uma tentativa de reagir, com balas múltiplas, a um ataque múltiplo, de manter a linguagem viva em vários níveis”, afirma Nuno Ramos. “É também uma forma de fazer arte ‘a quente’, uma produção em movimento, que vá contra o atual estado de apatia e responda aos assuntos que percorrem o espaço público hoje – como o luto, a violência, a ameaça às instituições e a relativização da nossa história”, completa o artista.