Amanhã, 11 de maio, às 18h, acontece a abertura da mostra individual “Paraísos”, do artista plástico Daniel Lannes, na galeria Galatea, que fica em cartaz de 12 de maio a 17 de junho.
“Paraísos” reúne cerca de 20 obras produzidas em diálogo com o poema “Opiário”, escrito por Álvaro de Campos, heterônimo do poeta português Fernando Pessoa, autor que inspirou diversas produções de Lannes. As pinturas capturam o torpor e o movimento sugerido pelo texto, em uma espécie de deriva entre o mundo real e imaginário. A mostra conta com texto crítico de Tomás Toledo e depoimento de Beatriz Milhazes sobre o percurso do artista.
A mostra oferece uma interpretação visual do poema, sem se propor a ilustrar de forma linear o que está lendo, mas permitindo que o espectador preencha as lacunas da narrativa em uma espécie de viagem-deriva.
Dentre as obras apresentadas na exposição, destaca-se “Vadum Monialium” (que significa “vau das freiras”, em latim), em que Lannes combina elementos da história portuguesa com suas próprias vivências familiares. Outro trabalho que chama a atenção é “Bisão”, que ele revela ter pintado nu, explorando como o aspecto primitivo implicado no gesto de pintar sem as vestes se imprime no resultado final da pintura.
Sobre Daniel Lannes
Daniel Lannes (Niterói, RJ, 1981) vive e trabalha em São Paulo. O artista se formou em Comunicação Social pela PUC-Rio (2006), tendo mestrado em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012). Pintando desde a sua infância, Lannes passou a se dedicar profissionalmente à produção artística em 2003, ano em que começou a cursar pintura com Chico Cunha e João Magalhães na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Na mesma instituição também foi aluno de Fernando Cocchiarale, Anna Bella Geiger, José Maria Dias da Cruz, Reynaldo Roels e Viviane Matesco.
A pintura de Lannes se debruça sobre o corpo físico, cultural e histórico, sendo a tríade sexo, poder e violência assunto fundamental para a sua poética. Transitando na fronteira entre o figurativo e o abstrato, suas composições podem trazer ora um nítido retrato de uma figura histórica, ora manchas difusas que sugerem um evento a ser completado pela nossa imaginação. Seu colorismo, fatura e composição, construídos por pinceladas largas, constituem uma produção que demonstra apuro técnico e vigor experimental na mesma medida. Segundo Lannes, uma pintura bem-sucedida é aquela na qual o acidente processual e a intenção narrativa intercalam-se na construção da imagem. Revela-se, então, o leitmotiv de sua obra: narrar, não explicar.
Sobre a Galatea
Tendo a arte brasileira moderna e contemporânea como foco principal, a Galatea trabalha e comercializa tanto nomes já consagrados do cenário artístico nacional quanto novos talentos da arte contemporânea, além de promover o resgate de artistas históricos. Tal amplitude temporal reflete e articula os pilares conceituais do programa da galeria: ser um ponto de fomento e convergência entre culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, gerando uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal. Além disso, a galeria também se propõe a estreitar a relação entre artistas, colecionadores, instituições e galeristas.
Serviço
Paraísos, de Daniel Lannes
Abertura: quinta-feira, 11 de maio
Horário: às 18h
Período expositivo: 12 de maio a 17 de junho
Onde: Galatea | Rua Oscar Freire, 379, loja 1 – Jardins, São Paulo/SP
Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 10h às 19h; sábados, das 11 às 15h
Mais informações: https://www.galatea.art/