Por Tarcilio de Souza Barros
Quando eu era estudante de Direito, sentado ao meu lado havia um jovem que era visto como um colega de classe irascível no trato com demais estudantes.
Entretanto, quanto a mim, mantinha amizade.
Tanto assim que passou a convidar-me para almoços domingueiros na casa de seus pais, situada nos Jardins, em São Paulo.
Em suas conversas comigo percebi estar em desequilíbrio emocional.
Tinha tudo do bom e do melhor.
O pai era um um bem sucedido no ramo industrial.
Trouxe o filho para sua empresa com alto salário.
Então foi que, um dia antes do almoço, contou ser casado e ter dois filhos pequenos.
Entre ele e esposa o relacionamento estava em frangalhos, refletindo esse estado de desarmonia, como uma doença incurável na família.
Nessa época fazia um Curso de yoga no Instituto Narayana, sito a rua Ceará, nº 272, no bairro do Pacaembu, de propriedade da professora Maria Helena.
Num curso intensivo de um ano que abrangia estudo do vedanta, da nomenclatura dos nomes das asanas em sânscrito, prática diária das asanas, chegando do básico ao estágio adiantado.
Finalizado o aprendizado, a direção do instituto concedeu-lhe poderes para exercer condições dessa prática milenar a pessoas interessadas.
Foi então que, estando em São João da Boa Vista, fui convidado pelo ilustre médico homeopata Dr. Jorge Splettstosser a fundar uma academia de yoga com objetivo de curar pacientes enfermos.
Montada academia, de imediato formou-se uma turma de 25 yoguis e passamos, eu e ele, a ministrar ensinamentos no campo da medicina e no campo yoguico.
Os resultados de melhoria física e mental foram surpreendentes.
Nesse ínterim, o jovem acima mencionado me procurou num estado deplorável, contando ter havido separação matrimonial e perda do emprego na firma do pai por motivo da empresa entrar em concordata na praça.
Ouvi seu relato por mais de duas horas sobre todo seu drama.
Por ter sido injusto com a família, tendo praticado o adultério e demais atos negativos, estava emocionalmente abalado.
Com calma, disse a ele que o arrependimento nascido de um coração sincero, pedindo a Deus o perdão pelas faltas cometidas, seria um caminho da redenção.
Disse a ele interceder a Deus e Jesus Cristo pelo perdão e o propósito de morrer o homem velho e renascer o homem novo, assim como Jesus renasceu da morte.
Disse a ele para reconhecer ser Jesus o Caminho, a Verdade e a Vida.
Depois desse encontro nos separamos e nunca mais o vi.
Dias atrás fiquei sabendo que, tornado um novo homem, possui uma academia de yoga, onde ensina não só a prática de asanas, mas também prática ele próprio o que aprendeu com ensinamentos de Jesus amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.