As Bienais de Artes Plásticas do Parque do Ibirapuera

Cena do filme Viagem à Lua, dos irmãos Lumiere.

Por Tarcílio de Souza Barros

Antigamente eram realizadas no Pavilhão 3 do Parque do Ibirapuera famosas Bienais de Artes Plásticas. Melhores artistas plásticos do mundo chegavam a São Paulo pra exibirem o melhor da sua criação. São Paulo contava com pessoas de todos níveis culturais que acorriam a Bienal. Isso antes do advento da Internet.
Público entusiasta abarrotava o Pavilhão 3 da Bienal. Esse evento durava dois meses.
A Cinemateca Brasileira tomou a iniciativa de junto a Bienal trazer o melhor do cinema mundial para oferecer sessões dos diversos países. Esse evento foi um sucesso.
Cinemateca Brasileira tinha forte amizade com a Cinemateca Francesa, pois Henry Anglois, presidente havia convidado Paulo Emílio Salles Gomes e o esposo da Lygia Fagundes Telles (agora seu nome não vem a memória), porém consumado “connonseur” do cinema.
Ambos foram convidados pra dar um formato ao acervo dos filmes franceses.
Durante dois anos trabalharam arduamente, e conseguiram organizar o acervo e o arquivo de forma perfeita.
Ambos voltaram a São Paulo e por muitos anos foram assessores da nossa Cinemateca Brasileira, considerada uma das melhores do mundo.
Cinemateca Francesa foi a primeira a chegar, com 300 Filmes, desde o clássico Viaje a la Lune (foto) produzido pelos irmãos Lumiere em 1896 que mostrava a cena que ficou clássica do foguete que foi disparado da terra e entrou no nariz da lua!
Vieram os clássicos franceses sob direção dos grandes diretores como Jean Renoir, Julien Duvivier, que rodou em Argel Pepe Le Moko com o celebre ator Jean Gabin e a formosa atriz Arleti em tomadas ao vivo na perigosa Casbah de Argel. Vieram Rene Clair, Marcel Carnê que produziu em 1942 o mais belo filme de cinema do mundo Le Visiteurs de Soir com novamente Arlety em cena com Brealy.
Passa ação no século 12 quando o diabo vem a terra com sua companheira, montados em cavalos brancos, na condição de menestréis, visitando reis e a Corte da época, com tomadas ao vivo na Provença.
A mostra encerrou com sucesso as exibições na Bienal dos filmes realizados até o ano de 1952.
Ante haver muito a contar, fica pra outra edição.

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