Ainda dá tempo de participar das oficinas e intervenções culturais que estão sendo promovidas pela Cia. Sobrecéus até o dia 27 de abril, no antigo Complexo Penitenciário Carandiru, na Zona Norte, que integram o projeto “Arte Como Liberdade”.
Dentre as oficinas estão “Dança e corpo livre”, “Jogo teatral e território”, “Arte no Parque”, “Bordado, retalhos e memória”, “Preparando pra voar”, além das intervenções ”Travessia coletiva: memória e território” e “Dia do Pipaço”.
As ações são gratuitas e acontecem sempre aos sábados, às 14h, sendo necessário realizar inscrição.
A Cia. Sobrecéus tem sua sede no Carandiru, território onde até os anos 2000 estava instalado o Complexo Penitenciário do Carandiru, um dos maiores presídios da América Latina, e que ainda ocupa um lugar no imaginário da população da região, em razão do massacre ocorrido na década de 90, além das rebeliões que aconteceram no início dos anos 2000.
Com a implosão do presídio em 2002, há agora o Parque da Juventude, a Biblioteca São Paulo, o Museu Penitenciário, a ETEC de Artes, a ETEC Parque da Juventude e O Mundo do Circo, que foram criados para ressignificar a memória das violências ocorridas ali e promover a inclusão social na região.
“Acreditamos que neste território, que ainda guarda marcas de violência, cabem iniciativas de promoção da liberdade por meio da arte, da cultura e do lazer. Estes espaços ainda remontam processos de discriminação e colonização, muito comuns na América Latina. Portanto, é necessária uma mediação com um diálogo efetivo e afetivo que é o fio condutor do nosso projeto”, comenta o grupo que desenvolve uma pesquisa intitulada “América Latina: memória e território” sob a influência das propostas artísticas latino-americanas e das questões sociais de seu território de atuação, uma vez que o Carandiru enfrenta o mesmo olhar pejorativo que a América Latina diante do mundo.
“Queremos que este território não seja apenas um lugar de passagem, mas onde a população queira estar e aproveitar como um espaço de cultura, lazer e trocas humanas, evidenciando o histórico do espaço, mas também a sua ressignificação”, explicam as artistas.
Dessa forma, a iniciativa da Cia. Sobrecéus visa inspirar a comunidade local a habitar esse espaço de forma sensível e não violenta, como um exercício de liberdade.
Programação
Oficina “Bordado, retalhos e memória”
Quando: 30 de março
Horário: 14h
Local: O Mundo do Circo
Sinopse: O público será convidado a relembrar memórias sobre o território e, a partir delas, escrever palavras que expressem essas histórias e que serão bordadas em retalhos de tecido. Os retalhos e as palavras irão compor uma memória coletiva que será exposta no final da oficina.
Oficina “Preparando pra voar”
Quando: 06 de março
Horário: 14h
Local: O Mundo do Circo
Sinopse: Oficina de construção de pipas visa a troca de saberes com jovens da região, pensando nas relações de território antes e depois da criação do Parque da Juventude. As pipas serão o ponto de partida para diálogos sobre a importância histórica do território.
Intervenção “Dia do Pipaço”
Quando: 13 de março
Horário: 14h
Local: Em frente à ETEC de Artes
Sinopse: Nesta instalação serão penduradas 111 pipas em memória às vítimas do massacre do Carandiru ocorrido no dia 2 de outubro de 1992. O público será convidado a ativar a instalação, pendurando as pipas que ficarão expostas no espaço por uma semana.
Serviço
Arte Como Liberdade
Quando: até 27 de abril
Horário: todos os sábados, às 14h
Onde: Parque da Juventude | Endereço: Av. Cruzeiro do Sul, 2630, Carandiru, São Paulo/SP
Ingressos: Grátis | Inscreva-se aqui
Classificação Livre