Cineasta franco-suiço Jean-Luc Godard deixa grande legado cinematográfico

Imagem de divulgação

Por Tarcílio de Souza Barros

Jean-Luc Godard é considerado um dos melhores cineastas do mundo cinematográfico.

Lembro que nos anos 1960 eu passava na porta do Cine Belas Artes, na Rua da Consolação em São Paulo, e vi um grande cartaz que anunciava o filme Le Chinois (A Chinesa), sob a direção de Jean-Luc Godard, que até então era desconhecido do público e da crítica especializada.

Decidi assistir o filme e me deparei com a sala do cinema lotada, principalmente pelos jovens estudantes da USP. 

O filme contava a história de uma jovem chinesa esquerdista em confraternização em confronto de idéias contra a burguesia. Com cortes alucinantes e abundância de citações filosóficas ininteligíveis, o filme provocava asco e revolta nos sentimentos dos espectadores. Ao final do filme saíram do cinema resmungando e irados por não entenderem o que haviam visto na tela.

Diferentemente, hoje em dia Le Chinois é considerado uma obra controversa a respeito de ideias ideológicas dividindo classes sociais.

Outro filme de Godard que assisti na pequena sala do cine Bijou foi o inusitado Acossado, com roteiro e direção de Godard. O filme em preto e branco mostra uma Paris ainda calma com suas alamedas plantadas de Álamos e conta a história de um jovem afeito aos amores com uma linda jovem e a criminalidade.

O jovem era Jean Paul Belmondo que contracenava com Marina Vladi, atriz de estonteante beleza. Belmondo era feio, cigarro sempre no canto da boca, porém dotado de sensualidade que fazia as mulheres se apaixonarem por seu tipo romântico.

Acossado é considerado obra-prima de Godard, e possui tomadas panorâmicas e cortes espetaculares. 

Jean-Luc Godard faleceu recentemente aos 92 anos por morte induzida, acompanhado por equipe médica numa pequenina cidade Suíça, país que permite por lei essa prática da finalização da vida.

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