Por Tarcilio de Souza Barros
Somente de países civilizados e cultos pode ser produzido um filme excepcional como “Força Maior”.
O filme narra a história de uma família que resolve tirar férias num hotel de luxo nos Alpes franceses.
Thomas, o marido, foi campeão e instrutor de ski na neve. Sua mulher, Ebba, o acompanha com os dois filhos nessa viagem.
A cena inicial mostra a família sentada à mesa almoçando com os demais hóspedes no terraço do hotel, tendo como vista a enorme montanha nevada.
Durante o almoço ouvem um estrondo e do alto da montanha uma avalanche de neve desce em direção do hotel, ameaçando-o de destruição.
Sobrevindo desespero e caos, durante a catástrofe Ebba segura os dois filhos nos braços; porém Thomas foge do lugar, deixando a família, só retornando com tudo sendo reparado. À noite no quarto do hotel, Ebba pergunta o motivo porque fugiu deixando a família no perigo.
A partir dessa pergunta o filme se alça a conflitos emocionais, ameaçando a separação do casal.
O perfil psicológico do filme nesse aspecto tem muito a ver com os famosos filmes suecos do eminente diretor Ingmar Bergman. O espectador fica adstrito à empolgantes diálogos dos personagens, tentando compreender o motivo da ausência do pai na hora do perigo, abandonando a família.
O diretor do filme vai fundo no comportamento de Thomas e o espectador vai conhecendo o interior da alma humana.
Avalanches não são só da natureza externa, mas também da natureza interna do ser.
Como o filme finaliza? Melhor não contar, melhor ver essa obra madura da arte cinematográfica.
Serviço
Filme: Força Maior
Rot./Dir. Ruben Östlund
Origem: Suécia, França, Noruega, Dinamarca
2014 – 119 min. – Cor – Ficção
Avaliação: Excepcional