Crítica: Rudolf Buchbinder em concerto magistral na Sala São Paulo conquista plateia paulistana

Imagem de divulgação

 

Por Tarcilio de Souza Barros

 

Rudolf Buchbinder é pianista conhecido da plateia paulistana por ter se apresentado sob auspícios do Mozarteum Brasileiro em julho e agosto de 2012 num recital na Sala São Paulo, então arrebatando de entusiasmo o público.

Com mais de 60 anos de carreira preserva uma concisão musical que faz ser considerado um dos melhores intérpretes das 32 Sonatas de piano do mundo.

O pianista alemão foi o primeiro intérprete a tocar todas as Sonatas de piano de Ludwig van Beethoven no Festival de Salzburg no verão de 2014. Buchbinder  frequentemente se apresenta com as Orquestras Wiener Philharmoniker e a Berliner Philharmonie Orchestra, consideradas as melhores orquestras do mundo.

No recital realizado na agradável noite outonal de 19 de abril no palco da Sala São Paulo, o público ouviu quatro Sonatas de Ludwig van Beethoven.

A primeira Sonata para piano n.º 17 em ré menor, op. 31/2, refere a obra teatral “A Tempestade”, de William Shakespeare, e sugere o conflito de um ser em sofrimento, onde a vida e a morte são confrontadas.

Na sequência foi apresentada a Sonata n.º 18 em mi bemol maior op. 31/3 “A Caça” peça que transmite um sentimento de leveza que pressentimos nos timbres médios e agudos tocados pela mão direita do artista.

Após intervalo, veio a segunda parte com a Sonata n.º 6 em fá maior. op. 10/2, em que sentimos nesse trabalho de Beethoven o frescor de mocidade de seus 27 anos. 

O programa se findava com a formidável Sonata para piano n.º 23 em fá menor, op. 57, “Apassionata”, que constou do seu recital em 2012. O historiador musical Otto Maria Carpeaux na sua obra História da Música tece elaboradas considerações sobre essa peça beethoviana por considerar ser uma das mais belas sonatas da história da música por desenvolver Beethoven o princípio da sonata-forma, que é o contraste dramático entre dois temas de caráter diferente que se transforma em luta trágica entre a expressão de uma força subjugadora e a resistência dolorosa.

Rudolf Buchbinder, ao adentrar o palco e sentar frente ao piano, mostra em si um gestual conciso que a medida que vai desenvolvendo a execução atinge o pináculo de um executante perfeito.

Mozarteum Brasileiro, por intermédio de sua fundadora e presidente Sabine Lovatelli, trouxe ao longo destes anos ao palco as melhores orquestras, os melhores músicos, corais e uma programação de nível internacional com objetivo de manter a cultura musical no Brasil.

No final da audição para uma casa lotada, Rudolf Buchbinder foi longamente ovacionado e aplaudido em pé pelos espectadores que solicitaram bis, que foi concedido pelo artista com uma graciosa valsa vienense de Johann Strauss.

 

Serviço

Rudolf Buchbinder – Concerto realizado na Sala São Paulo sob auspícios do Mozarteum Brasileiro

Avaliação: EXCELENTE

 

Próxima atração: Kiev Virtuosi & Dmitry Yablonsky

Quando: 30 e 31 de maio

Horário: 21h

Onde: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16 – Campos Elíseos, São Paulo/SP

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