Estante de livros: crítica do livro “Do Outro Lado da Janela”

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Tarcilio de Souza Barros

 

Surpreende o leitor o livro de poesia “Do Outro Lado da Janela”, criação sublime da poetisa Claudevalda Souza-Claudia.

A capa traz a visão de uma janela pela qual vemos um alpendre de madeira, seguindo um gramado verde, tendo ao longe o horizonte num céu azul com nuvens brancas. Na contra capa outra janela exibe o remanso de águas paradas protegidas por um maciço montanhoso.

E o primeiro sopro poético surge com palavras nascidas da alma da poetisa: “Do outro lado da janela estou eu…”.

Num livro cujo projeto gráfico e editoração exibem modernidade, o leitor vai avidamente ao sumário para travar conhecimento dos títulos dos poemas.

O analista leu tocantes poemas elaborados da profícua alma da poetisa, como o poema “Do Outro Lado” (fls.14), em que perdura sentimentos de integridade espaçosa. “Ânsia pela Vida” (fls.20) inquire no primeiro verso um estado de busca, por dizer: “Sem direção, sem saber por onde ir e como prosseguir…”; “Minhas Dores” (fls.36) sendo um poema mais longo em que ficamos sabendo que ante um turbilhão de emoções sobrevém dores indescritíveis. Pressentimos a  poetisa analisando a si própria no poema “Meu Vazio” (fls.82) ,confessando que sua dor foi provocada pelo outro.

Porém é em “Coragem” (fls.108) que seu espírito se liberta de grilhões, despontando a liberdade.

No final da leitura, em um caleidoscópio de belos poemas, um dos mais livres é “Felicidade” (fls.124), que finaliza sua construção poética nos moldes da poesia helenística quando diz: “Estou totalmente envolta em paz e harmonia…”.

A poesia nasceu na alma dos grandes poetas da antiguidade. Na Grécia da Idade do Ouro, sob a égide do Imperador Péricles, poemas nasciam pelo verso do estado da inquietação na busca do ser humano pela sua anima (alma).

O bouquet de poemas trás em si serenidade por constatar que a alma da poetisa desbrava a virtude da Self Realization.

Despojado da poesia Gongórica ou Concreta permite ao leitor se enfronhar no âmago da narração analítica da autora que cria versos com fluente rima acessíveis ao conhecimento pois sua poesia sintetiza o verbo poético.

 

 

Serviço:

Livro: Do Outro Lado da Janela.

Autora: Claudevalda Souza-Claudia

Páginas 125

Editora: In House

Editoração, Projeto Gráfico, Capa por Marcio Martelli

Avaliação: EXCELENTE

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