Festival Não Existe de música eletrônica acontece nos dias 27 e 28

Marcio Lomiranda

A Oca do Parque Ibirapuera será palco do Festival Não Existe, que traz grandes nomes da cena eletrônica, e acontecerá nos dias 27 e 28. O evento contará com transmissão online ao vivo e gratuita.

Um dos destaques na programação é a apresentação inédita e exclusiva do músico Marcio Lomiranda – pioneiro do uso de sintetizadores no país – que nunca se apresentou ao público antes. Reconhecido por sua parceria musical com Alceu Valença, Ney Matogrosso, Cássia Eller e Milton Nascimento, Lomiranda cria uma trilha sonora ao vivo para o filme da jornalista, fotógrafa e filmmaker Gabriela Rabaldo .

No line-up também estão a banda Rakta, em apresentação especial, a dupla Vermelho Wonder, apresentado suas novas composições autoriais, a DJ Eli Iwasa, com repertório pós-punk e Forró Red Light, trazendo o forró para a música eletrônica.
O evento também contará com bate-papos como “Não seria “black” toda “music”?”, com participação do historiador e DJ Gustavo Keno e as DJs Mari Boaventura e Lys Ventura, mediada pelo jornalista e pesquisador GG Albuquerque, e também “Que tempo bom, que não volta nunca mais”, que remete às origens do movimento hip hop e a ansiedade pela liberdade da época com a dupla de grafiteiros Osgemeos e o precursor da cena hip hop DJ Hum.

O objetivo do festival é mostrar que mesmo em meio a pandemia os artistas continuaram produzindo e também evidenciar a evolução diante de todo o novo cenário.

O Festival Não Existe será transmitido pelo no YouTube da Gop Tun, http://www.youtube.com/user/gopgoptun, realizadora do festival. 

SOBRE GOP TUN

Idealizado por Bruno Protti, Caio Taborda, Fernando Nascii e Gui Scott, Gop Tun é um coletivo e selo musical fundado em 2012 com o objetivo de criar e difundir espaços para a música eletrônica, sempre de olho nas novas tendências musicais e diversificando os espaços a fim de encontrar “a melhor pista”.

Conhecido pela curadoria musical em suas festas, produziu alguns dos maiores eventos da cena eletrônica nacional, como o Dekmantel Festival São Paulo; o festival de verão XAMA na Bahia; e showcases do selo que já passaram por Lisboa e Berlim.

PROGRAMAÇÃO FESTIVAL NÃO EXISTE

Dia 27 – início às 18h:

Arthur Joly

Espécie de Professor Pardal da música brasileira, Arthur Joly cria sintetizadores, pedais de efeito e outras traquitanas incríveis capazes de gerar ou alterar sons e instigar ouvidos. Pela primeira vez, ele tira algumas dessas máquinas de seu estúdio para uma apresentação exclusiva no Festival Não Existe.

Bate-papo: Não seria “black” toda “music”?

Lys Ventura, Mari Boaventura e Gustavo Keno, DJs e pesquisadores musicais debatem e ilustram a onipresença negra em tudo o que ouvimos hoje em dia. Keno fala sobre as raízes do axé e do afoxé, Lys foca no reggae e Mari discorre sobre a diáspora da música africana pelo mundo.

Live Jam com Guerrinha

Ases dos teclados, prodígio da nova geração, Guerrinha impressiona pela técnica e repertório musical fartos que carrega, apesar da pouca idade. Carioca botafoguense, o artista é dono do selo 40% Foda/Maneiríssimo.

Marcio Lo Miranda: Soundtrack

Lomiranda é um dos pioneiros no país no uso de sintetizadores. Faz música eletrônica desde os anos 70, assinando trilhas para cinema, teatro e televisão, além de gravar com artistas como Marina Lima e Milton Nascimento. No Festival Não Existe, ele produz em tempo real a trilha sonora para um filme da jornalista Gabriela Rabaldo.

RHR

A arte de RHR, Ronieri Santos no RG, é uma amálgama tipicamente brasileira: bebe do funk carioca old school, do rap nacional, do forró e da capoeira, ao mesmo tempo em que conversa sobre o futuro com o techno e outros estilos da dance music. O produtor lançou o álbum pelo selo OMNIDISC, dirigido por Danny Daze em Miami, e é sócio do label Gowpe.

Vermelho Wonder

A dupla, formada pelo cultuado DJ Márcio Vermelho e por Ivana Wonder, alter ego performer e cantora de Victor Ivanon, apresenta ao vivo suas novas composições autorais criando atmosfera sintetizada e soturna. Uma ótima oportunidade para assistirmos as novidades que o Duo produziu no último ano.

DIA 28 – início às 18h:

BADSISTA

Alcunha da paulista Rafaela Andrade, DJ e produtora musical capaz de imprimir em seu som sua identidade de mulher LGBTQ, bagunçando as estruturas sociais vigentes. “Eu diria que a minha música é uma grande poção de música periférica do mundo inteiro, feita por mãos que tem como única saída se expressar assim”.

Bate-papo: “Que tempo bom, que não volta nunca mais”

Antes de se tornarem grafiteiros famosos, Gustavo e Otávio Pandolfo eram b-boys: estavam sempre dançando break pelo Cambuci, onde cresceram, ou no metrô São Bento, berço do hip-hop em São Paulo. Quem também sempre estava por lá era DJ Hum, parceiro de Thaíde e um dos embaixadores do gênero no país. O trio relembra as histórias da época, ilustradas por discos de suas coleções.

Eli Iwasa – set especial pós-punk

Fundadora do clube Caos, em Campinas, empresária e modelo, Eli é também uma das DJs mais respeitadas do país, com passagens por mega festivais como Rock In Rio e Time Warp. No Não Existe, a artista descendente de japoneses, mais afeita ao techno hoje em dia, resgata suas raízes musicais, apresentando um set especial de pós-punk.

Forró Red Light

O projeto, formado por Geninho Nacanoa e Ramiro Galas, tem uma missão improvável: transpor o forró tradicional para o mundo da música eletrônica contemporânea. Com produções próprias e remixes para clássicos do xote e do frevo, a dupla cumpre o objetivo com louvor, vide seu último EP, “Tropeiros Trópicos”, lançado recentemente pela Gop Tun.

Live-jam: Giu Nunez e Maurício Fleury

Companheiros no amor e na música, a DJ e pesquisadora musical Giu Nunez e o multiinstrumentista Maurício Fleury (Bixiga 70) juntam seus dotes em uma live-jam que mistura sintetizadores, discos raros oriundos dos quatro cantos do globo e afeto.

Rakta

A banda, composta atualmente por Carla Boregas (baixo e sintetizador), Paula Rebellato (vocais e sintetizador) e Maurício Takara (bateria e eletrônicos), mostra sua massaroca sonora tão inclassificável quanto envolvente. Prepare-se para acessar paragens sônicas nunca antes imaginadas.

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