Por Tarcilio de Souza Barros
Michelangelo Antonioni, nasceu na clássica cidade Ferrara, Itália, no dia 29 de setembro de 1912. Começou a escrever como roteirista de cinema e crítico de filmes, tendo sua primeira participação no cinema no filme “Un Pilota Ritorna” de Roberto Rossellini, em 1942.
Com Antonioni nasceu a análise do vazio da alma humana, da existência sem um sentido concreto, não acreditar na felicidade nem na durabilidade das coisas, não valorizar a matéria e a amargura do viver.
Em 1950, Antonioni estava pronto para dirigir seu primeiro filme longo “Cronaca di un Amore”, uma análise contundente do amor sobre fatos e sentimentos humanos, filtrados pela psicologia feminina.
Baseado na existência vazia do ser humano, nasceram obras primas do cinema, como “La Signora Senza Camelie” (1953), a magnífica a trilogia “Le Amiche” (1956), “Il Grito” (1957) e “L’Aventura” (1959), trazendo para estes filmes Marcello Mastroianni e Monica Vitti nos papéis principais.
A trilogia delirante “Le Amiche” lotava as salas do cine Belas Artes, na capital paulista. O tema era tão apaixonante para discutir, que o cineasta paulista Walter Hugo Khoury, rodou várias películas, como a célebre “Noite Vazia”.
Durante os famosos Festivais de Cinema Latino-Americano realizados na charmosa cidade de Gramado, na sala do Cine Embaixador, Michelangelo Antonioni foi convidado de honra pela direção da mostra de cinema, comparecendo com sua esposa e um jovem que o amparava, pois havia sofrido um AVC e ficado parte de seu corpo paralisado.
Lembro sua pausada entrada no tapete vermelho da sala de cinema, coroada de estrondosa ovação e longa salva de palmas de espectadores, convidados especiais e crítica especializada.
Pouco depois, voltou para sua cidade natal, onde faleceu.
Serviço
Michelangelo Antonioni
Revisão dos seus filmes podem ser vistos na Cinemateca Brasileira
