Está em cartaz no MASP a maior exposição já dedicada à obra de Judith Lauand, que neste ano completou 100 anos de vida e mais de sete décadas de produção.
“Judith Lauand: desvio concreto” conta com 128 obras e mais dezenas de documentos do arquivo pessoal da artista. A mostra revê a trajetória de Lauand que foi a única mulher a participar do grupo Ruptura, que reuniu de modo pioneiro artistas interessados em desenvolver a arte concreta no Brasil.
Lauand é uma artista central na arte brasileira, sobretudo no contexto do movimento concretista surgido na segunda metade do século 20. “Judith Lauand: desvio concreto” busca colocar em perspectiva a decisiva transição operada por ela em dado momento de sua longa trajetória: a passagem para a geometria abstrata, em meados dos anos 1950, a partir de uma produção inicialmente calcada no figurativismo.
A artista concebeu um dinamismo muito próprio, criando novas relações entre formas, linhas e cores, transcendendo regras e convenções da época, as décadas de 1950 e 1960. Mais tarde, ela se abre para experimentações sobre o plano que incluíam diálogos singulares entre imagem e palavra, passando depois a tratar da materialidade de objetos sobre a superfície, a partir da aplicação de grampos, clipes, tachinhas e outros elementos.
Além disso, a mostra irá abordar novas perspectivas em sua obra, reforçando a presença de questões políticas como a repressão da ditadura militar no Brasil, a guerra do Vietnã e a condição da mulher na sociedade brasileira, quando a artista atravessa temas como violência, sexualidade, submissão e liberdade feminina.
Serviço
Judith Lauand: desvio concreto
Quando: até 2 de abril de 2023
Onde: MASP | Av. Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo/ SP
Ingressos: Compre aqui