MAM comemora os 70 anos da 1.ª mostra do grupo Ruptura

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Está em cartaz no Museu de Arte Moderna (MAM) a mostra “Ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos”. Com curadoria de Heloisa Espada e Yuri Quevedo, a mostra faz uma menção à exposição realizada pelo grupo Ruptura em 1952, que impactou fortemente a história da arte moderna na América Latina.

Há 70 anos, o grupo defendia a abstração como projeto de transformação, capaz de permear o cotidiano das pessoas, influenciando a indústria e organizando a vida em suas mais diversas escalas: das artes plásticas ao design, da arquitetura à cidade. Eles entendiam que a linguagem visual construída com elementos simples – linhas, cores e planos – tinha a potência de ultrapassar fronteiras geográficas, sociais e culturais, sendo capaz de sensibilizar pessoas de diversos contextos e origens. Em defesa de um projeto de renovação da arte que tivesse um impacto social amplo, eles propunham a ruptura com a figuração e com tipos de abstração centrados na individualidade dos artistas, que julgavam como inadequadas para o tempo em que viviam.

Nesse sentido, a mostra “Ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos” caminha em duas direções. Num primeiro momento, o visitante terá contato com um conjunto de obras e registros fotográficos que remete à mostra inaugural de 1952 – duas pinturas que foram apresentadas na ocasião e outras que representam a produção dos artistas no início dos anos 1950 – pois a documentação existente não permite que a exposição histórica seja reconstruída. Num segundo momento, são abordados a produção e constituição do grupo ao longo da década de 1950. Mesmo que não tenha havido outras apresentações públicas do grupo Ruptura exatamente com esse nome, a narrativa dos artistas e as fortes correspondências entre suas pesquisas visuais nos faz entender que eles continuaram atuando como um grupo.

Sobre o grupo Ruptura

Grupo Ruptura foi um conjunto de artistas que marcou o início do movimento de arte concreta em São Paulo, no Brasil. Criado em 1952, era liderado por Waldemar Cordeiro (também seu principal teórico) e composto, inicialmente, por Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Lothar Charoux, Kazmer Féjer, Anatol Wladyslaw e Leopold Haar. Depois da primeira exposição, Maurício Nogueira Lima, Hermelindo Fiaminghi e Judith Lauand passaram a integrar o grupo. Em seu manifesto, é proposta a “renovação dos valores essenciais da arte visual” por meio de pesquisas geométricas, aproximando arte e indústria, e combatendo o abstracionismo lírico entendido como expressão individual inadequada para o contexto da arte daquele momento.

Serviço

ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos

Curadoria: Heloisa Espada e Yuri Quevedo

Período expositivo: 02 de abril (a partir das 13h) até 03 de julho de 2022

Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)

Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)

Telefone: (11) 5085-1300

Ingresso: https://mamsaopaulo.byinti.com/#/event/-893-595 | R$25,00 inteira. Gratuidade aos domingos. Agendamento prévio necessário.

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