Memórias navegantes

Por Tarcilio de Souza Barros

Nem lembrava mais o mês!

Tinha 8 anos.

Não recordo se sentia medo.

Meu pai saia de canoa para buscar mantimentos para a família.

Minha mãe cozinhava com fogão de ferro de uma boca só.

Um ano após meu pai adoeceu e, sendo de família portuguesa e sócios da Beneficência Portuguesa de Campinas, foi se tratar nessa cidade.

Nossa mãe, pobre, necessitada, decidiu ir pra Campinas, indo morar com as irmãs do nosso pai.

Pegou o pouco que tinha e no ano de 1942 embarcou no navio mercante brasileiro Itaquá.

Por ser tempo de guerra, submarinos alemães torpedearam e afundaram praticamente toda a frota de barcos do Brasil.

Chegamos em Santos.

E em São Paulo construímos nossa vida.

Trabalhei desde cedo, estudei Direito, advoguei, contrai matrimônio, tivemos três belos filhos – uma filha querida que está no Reino de Deus – que estão bem sucedidos.

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