Por Tarcilio de Souza Barros
Eram cinco curtas metragens a serem analisados. Um deles, Quinze, com roteiro e direção do cineasta Maurílio Martins chamou atenção. Cena inicial mostra uma linda jovem praticando sexo oral numa outra jovem branca. Vamos conhecer Letícia a branca ser mãe solteira, tendo uma filha de 15 anos. Sula, a negra, é sua amante. Entre as duas reina um romance idílico.
Letícia mora num quarto, cozinha e banheiro de um bairro de periferia, em Belo Horizonte. Para sobreviver com a filha trabalha como empregada doméstica.
A menina com seus 15 anos tem um namorado, com o qual transa na própria moradia, com a mãe fora. Essa se preocupa com o risco de gravidez da menina, que leva ir a uma farmácia para aquisição de preservativos.
Embora Letícia tenha inúmeros problemas diários, está sempre sorridente e bem humorada.
Final do filme mostra uma cena digna das grandes obras internacionais.
Meia noite numa rua de periferia, chão molhado, os lampiões de luz, mal deixam ver o cenário; desce do carro Sula e se encaminha pra Letícia, vestida com longo vestido de seda cinza, ambas numa cena de solidão, só quebrado por uivos de ignoto cão, numa pintura digna de Hopper; se abraçam, e entrelaçadas, caminham pela rua escura, de costas para a câmera.
Faz lembrar os finais dos filmes de Chaplin, como o clássico Modern Times em que Chaplin caminha com Paulete Godard de costas para a câmera.
Música suave acompanha o filme, atores bons, montagem rápida, bons sets, fazem do filme do diretor Maurílio Martins uma agradável surpresa.
Serviço:
Filme: Quinze
Origem: Brasil – 2014 – 26 min. – Ficção. – 16 anos
Filmes de Plástico são produzidos em Contagem, Belo Horizonte.
Produtora independente, abre as portas para jovens diretores na produção de filmes.
Avaliação: Muito bom
