Mostra Sesc de Cinema: Manga D’Terra

Por Tarcilio de Souza Barros

Foto: Reprodução

O filme “Manga D’Terra”, com roteiro e direção de Basil da Cunha, não tem a ilusão dos filmes de Hollywood, com atores bem penteados e atrizes com elegantes vestidos em ambientes agradáveis e dirigindo carros modernos.

A personagem Rosa migra de Cabo Verde para Lisboa com sua família e demais compatriotas para tentarem uma vida melhor do que levam em seu país de origem.

Chegam a Lisboa e vão se alojar na triste periferia, em barracos, sem nenhuma estrutura de sobrevivência.

Nesse meio ambiente os jovens, para sobreviver, vão ao uso e tráfico de drogas.

Em uma manhã chega a polícia para dar uma batida e instala a violência na favela, resultando na morte de um jovem, prisão de muitos e desesperos das mães.

Aliás, esses fatos ocorrem em muitos países do mundo, não sendo, pois, novidade.

O diretor Basil da Cunha, num cenário doloroso, vai mostrando a vida diária dos sofredores dessa pobreza existencial. Paulo Francis, saudoso escritor, dizia não ter nada contra a miséria, apenas lhe aborrecia a feia estética.

Os atores, embora amadores, interpretam seus papeis com correção, dando verossimilhança à história.

Boa montagem, cores das cenas se mostram esmaecidas como esmaecidas são as vidas dos migrantes de Cabo Verde para Lisboa.

Serviço

Filme: Manga D’Terra

Rot. Dir.: Basil da Cunha

Origem: Suíça/Cabo Verde – 2023 – 96 min. – Cor – Ficção

Avaliação: muito bom

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