Por Tarcilio de Souza Barros
“Terra de Deus”, filme dinamarquês com roteiro e direção de Hlynur Pálmason, é uma obra densa, própria para cinéfilos calejados em filmes de arte.
O plot conta que Lucas, jovem sacerdote protestante, é convocado a construir uma igreja, antes do inverno chegar, numa pequena ilha na fria Islândia, onde mora uma pequena comunidade de dinamarqueses.
Os preparativos começam em Kopenhagen para a temerária viagem à minúscula e inóspita ilha islandesa, ambientando nos finais do século XIX, onde havia carência de meios de transporte.
A viagem começa por navegação. Vemos Lucas e serviçais chegarem ao insignificante porto da ilha e descarregarem sua tralha, além de uma máquina antiga de fotografia com chapas e um tripé.
Com essa máquina antiquada é que Lucas faz fotos e o diretor, com base nas fotos, faz seu filme para nos surpreender com uma obra-prima do cinema.
Vemos e nos abismamos com a caminhada da caravana, guiada por um rude guia, montados em burros e cavalos atravessando colinas, rios, montanhas cobertas de neve e precipícios mortais para chegar à comunidade dinamarquesa.
Islândia, país de rude clima, tem sua língua própria.
Lucas não conhece o idioma. Primeira dificuldade: a comunicação.
Outra é a cruel jornada até o ponto final, onde morrem homens e animais em profundas grotas do caminho.
Afinal chega o padre dinamarquês que encontra seus compatriotas e juntos constroem a igreja, antes da chegada do pavoroso inverno.
Vemos que existe um antagonismo entre a cultura islandesa e a dinamarquesa.
Admirável ver nesse filme o insano trabalho da produção e da direção ao levar todos os apetrechos para rodar essa obra.
Elenco impecável, com atores de alto nível; montagem e cortes nas tomadas panorâmicas são eficientes; ritmo lento que leva o filme a 2h20 sem a exaustão do espectador.
Serviço
Filme: Terra de Deus.
Rot/Dir. Hlynur Pálmason
Origem: Dinamarca – 2017 – Cor – Ficção.
Avaliação: Excelente.