Ainda dá tempo de assistir os espetáculos teatrais em formato solo no Teatro de Arena que integram a mostra “Solos Sim. Sozinhos nunca!”. As peças “A Monga e Eu”, “Madame e a Faca Cega”, “Yo Mujer Negra” ficam em cartaz até o dia 30 de julho e abordam temas como a busca da própria voz, sonhos, relacionamentos abusivos, racismo, sexualidade, entre outros.
Em única apresentação, no dia 27 de julho, às 19h, “Yo Mujer Negra” é um espetáculo composto por poesias teatralizadas e canções que falam sobre ser uma mulher negra numa sociedade cheia de preconceitos. A atriz Kelly Lua, brasileira radicada na Espanha, compartilha suas experiências e nos fala do racismo, da sexualidade, da imigração, identidade e a necessidade de conhecer as próprias origens afrodescendentes, visto que a história se esforçou para apagar todos os seus vestígios. Após a apresentação, a atriz abre uma conversa com o público para ouvir e ampliar a discussão. “Minha voz não pode mais permanecer em silêncio. Sei que não estou sozinha porque meu choro é universal. Minha música é uma busca eterna.”
Na sexta-feira, dia 28, às 19h, é a vez da peça “Madame e a Faca Cega”, do Núcleo Alvenaria, com texto e direção de Tati Bueno e Alexandra DaMatta no elenco, texto livremente inspirado em um trecho do livro “Os Componentes da Banda”, de Adélia Prado. Criado durante a pandemia, estreou originalmente no formato online. A cebola e sua falta de íntimo, narrada por Adélia, foi o ponto de partida para a peça. No texto, Anísia se torna Madame, representação de todas as “madames” que vivem essa realidade de Instagram, que só́ utilizam canudinhos reutilizáveis, com discursos feministas sempre na ponta da língua, e que ajudam a todas as outras mulheres entenderem que essa vida não é real, que não há vida perfeita. A obra ainda aborda sutilmente os relacionamentos tóxicos e abusivos e mostra a libertação catártica de Vera quando ela identifica seu verdadeiro algoz. Apesar de falar sob a ótica de relacionamentos homossexuais, a questão do gênero não é levantada em momento algum, os relacionamentos abordados poderiam ser heteronormativos. A ideia não é fazer uma peça sobre um universo específico e sim trazer à pauta a busca da própria voz, a libertação das relações opressoras, fazendo uma reflexão sobre essa busca da felicidade imposta que não é real, trazendo para a cena a representatividade lésbica.
No sábado, 29, e no domingo, 30, às 17h, o público poderá conferir “A Monga e Eu”. Verdadeira febre nos circos e parques de diversões em todo o território nacional nos anos 1960/70, e ainda presente em alguns recônditos do imenso Brasil, Monga, a mulher gorila, é o mote do espetáculo de Marcello Barranco – também o protagonista – e Djalma Lima – que assina a direção, um mergulho no universo pessoal de um ator de meia idade que começa a peça admitindo que acordou para a vida e decidiu parar de fazer teatro depois de mais de 20 anos para se tornar massoterapeuta. “Só depois de me realizar trabalhando com massagens é que percebi como os dois lados da Monga me traduzem. Hoje sou mulher e gorila, criador e realizador, ator e massoterapeuta”, conta Marcello Barranco.
Além disso, na quarta-feira, 26, às 19h, Rodolfo Lima, criador do Núcleo Teatro do Indivíduo, fará uma breve retrospectiva de seus trabalhos em mais de 20 anos atuando em monólogos. O ator, jornalista e diretor apresentará trechos de seus textos e falará da experiência em trabalhar com esse formato.
Serviço
Mostra Solos Sim. Sozinhos nunca!
Quando: até 30 de julho
Horários: de quarta a sexta, às 19h00. Sábados e Domingos, às 17h00
Onde: Teatro de Arena Eugênio Kusnet | Rua Teodoro Baima, 94, Vila Buarque, São Paulo/SP
Capacidade: 90 lugares
Indicação: 12 anos
Ingressos: R$ 40,00 (Inteira), R$ 20,00 (Meia) e R$ 80,00 (Valor de Apoiador do Teatro) | Compre aqui
Bilheteria aberta 1 hora antes dos espetáculos
Programação
A MONGA E EU
29 e 30 de julho, sábado e domingo, às 17h
Duração: 60 minutos.
Atuação: Marcello Barranco
Direção: Djalma Lima
Texto: Marcello Barranco e Djalma Lima
MADAME E A FACA CEGA
28 de julho, sexta-feira, às 19h
Duração: 50 minutos
Atuação: Alexandra DaMatta
Texto e Direção: Tati Bueno
YO MUJER NEGRA
Dia 27 de julho, quinta às 19h
Duração: 50 minutos
Atuação, texto e direção: Kelly Lua