Museu Afro Brasil estreia 1.ª mostra individual do mineiro Gustavo Nazareno em São Paulo

Foto: Anna Carolina Bueno

 

Estreia no dia 13 de março a mostra individual de Gustavo Nazareno no Museu Afro Brasil. “Bará”, primeira exposição individual do artista mineiro em uma grande instituição paulistana, é uma homenagem ao orixá Exu.

A realização tem destaque no primeiro conjunto de exposições temporárias após o falecimento do fundador e diretor curador da instituição, Emanoel Araujo, com quem a exposição foi firmada pessoalmente em 2021. “O projeto ganha especial importância, principalmente para todas as equipes do museu, pela responsabilidade em honrar os padrões deixados por Emanoel durante os 18 anos em que idealizou e dirigiu o espaço cultural, tornando-o emblemático para a cidade e para o Brasil”, destaca Claudio Nakai, coordenador do Programa de Exposições da instituição.

Com curadoria de Deri Andrade, pesquisador e curador convidado, o conjunto composto por cerca de 230 trabalhos, entre pinturas a óleo sobre linho e desenhos em carvão, reflete a pesquisa à qual o artista tem se dedicado nos últimos anos. Em 2019 Nazareno concebeu a série de desenhos em carvão denominada Bará, como uma cerimônia em forma de oferenda para uma qualidade de Exu – Elegbara. Partindo das suas inspirações por contos de fada, fabulação e sua fé em Exu, o artista propõe, através dos desenhos, “uma fábula que percorre o dia em que esta cerimônia aconteceu, uma segunda-feira, dentro de um mundo criado para o Orixá”. O artista propõe que “o visitante se torna um convidado neste mundo que criou, passando pelas fases do dia e características do espaço retratadas em pintura e desenhos em carvão”.

Deri Andrade observa que as bases desta mostra são a técnica particular em pintura e desenho de Nazareno, que parte de um referencial renascentista e o seu interesse pelas epistemologias dos Orixás. “Para além de uma questão religiosa, Gustavo Nazareno imagina imagens que contam uma história a partir das fábulas que escreve, tendo como ponto de partida referenciar essas entidades, com respeito e muita beleza, construindo uma nova imagética para elas”, conclui o curador.

 

Sobre o artista

Gustavo Nazareno, (1994, Três Pontas/MG). Vive e trabalha em São Paulo. Autodidata, o artista vem desenvolvendo uma pesquisa pictórica e imagética que percorre os ritos ancestrais africanos e a mitologia dos orixás. Em sua produção, carregada de nuances que extrapolam os temas para além da questão religiosa, o panteão iorubá é reverenciado como uma força epistemológica, de conhecimentos ancestrais e de mistérios. As figuras, ou as paisagens, como vem explorando em sua recente produção, são contemplativas e repletas de histórias pessoais, por meio de fábulas que cria para guiar os traços vistos nas obras. Entre suas exposições individuais destacam-se: Fables on Exu, Gallery 1957, 2021, (Londres, Reino Unido); Notas pessoais de fé, Cassina Projects, 2022, (Milão, Itália) e Pombajira, Selma Feriani Gallery, 2023 (Tunes, Tunísia). Participou também das seguintes exposições coletivas:Collective Reflections: Contemporary African & Diasporic Expressions Of A New Vanguard, Gallery 1957, 2020, (Acra, Gana); Eye of the Collector, Gallery 1957, Art Fair London, 2021 (Londres, Reino Unido); Outros Ensaios para o Tempo, Galeria Nara Roesler, 2021 (São Paulo, Brasil); Group Show, i8 Gallery, 2021 (Reykjavik, Islândia); Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro, Galeria Lago, Inhotim, 2022 (Brumadinho, Brasil); Between Nothingness and Infinity, Cornell Biennial at Johnson Museum, 2022, Nova Iorque, Estados Unidos) eThe Storytellers, Gallery 1957, 2022 (Londres, Reino Unido).

 

Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo
O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu diretor curador, Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em cerca de 12 mil m2, um acervo museológico com mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história, a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias, atividades educativas, além de uma ampla programação cultural.

 

Serviço

Bará 

Abertura: Dia 13 de maio, às 11h

Visitação: até 01 de outubro de 2023

Funcionamento: De terça à domingo, das 10h às 17h (permanência até às 18h)
Mais informações em: http://www.museuafrobrasil.org.br

Onde:  Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Parque Ibirapuera – próximo ao Portão 10 – 04094-050 São Paulo/SP
Ingressos: Entrada Inteira: R$ 15,00 / Meia Entrada: R$ 7,50 – Grátis às quartas-feiras

 

 

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