MÚSICA ERUDITA, BALÉ E TEATRO

De Tarcílio de Souza Barros

Divulgação

Uma tarde invernal, porém ensolarada, propiciava o público à se dirigir à moderna Sala São Paulo para assistir quiçá o maior espetáculo artístico do ano.

São Paulo Companhia de Dança, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa em parceria com OSESP foram ao auge num repertório dançado e orquestrado para criar uma Noite Russa. No palco bailarinos movimentavam-se ao som da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP, sob regência de Roberto Tibiriçá.

OSESP ocupava o local do coro oferecendo o palco para a exibição da São Paulo Companhia de Dança em imponente cenário. Visto de longe parecia um quadro pictórico. Incidência de luzes coloridas partiam da base das colunas jônicas em direção ao cabeçal emoldurando o cenário.

A orquestra se apresentou de forma brilhante. O corpo musical atingiu o ápice. Cordas e instrumentos de metal em uníssono deslumbravam os espectadores.

A execução da Berceuse e Final da suite O Pássaro de Fogo (The Fire Bird) de Igor Stravinsky foi sublime. Na passagem da cena de Romeu e Julieta na cena do balcão sob música de Sergei Prokofiev mergulhou no romantismo. Finalizou a audição o bale Pulcinella de Igor Stravinsky com hiatos saltitantes de alegres tonalidades sob as delícias das raparigas em flor, cobiçadas pelo atrevido conquistador napolitano, famoso personagem da Commedia De’ll Arte.

O duo de Passáro de Fogo, de Marco Goecke, abriu o espetáculo, onde um casal de bailarinos da São Paulo Companhia de Dança interpretava o encontro entre um pássaro de fogo e um príncipe, duas criaturas de naturezas diversas: um pássaro que dança e um humano que voa.

Depois de o espectador se admirar da estética da dança e da musica de Igor Stravinsky (1882-1971) chegou a vez do pas de deux do balcão – da obra Romeu e Julieta – subir ao palco da Sala São Paulo. A coreografia foi criada para a Companhia pelo italiano Giovanni Di Palma e é a cena onde o casal dá seu primeiro beijo, em um duo romântico, leve e encantador.

Finalizou o programa o Balé Pulcinella, uma coreografia neo-clássica onde Giovanni Di Palma usa a sapatilha de ponta em diálogos com movimentos contemporâneos para contar a história do aventureiro Pulcinella, famoso personagem da Commedia Dell’Arte.

Foram usados para a magnifica performance os espaços do palco e do coro que foram adaptados para que músicos e bailarinos formassem um único conjunto que deram uma concepção artística de alto nível cênico.

Maestro Roberto Tibiriçá regeu com inusitado brilho a OSESP. Lina Mendes Soprano, Giovanni Tristacci Tenor e o barítono Vinicius Atique representaram seus papéis no bel canto de forma impecável.

Público ao final em pé concedeu longos aplausos e demorados aplausos pela admiração que viram no espaço cênico da Sala São Paulo.

Serviço:

São Paulo Companhia de Dança e Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP em recital em uma Noite Russa na Sala São Paulo.

Avaliação: Excelente

Veja também