Com filmes inéditos e debates, a mostra “Cinema, Mineração e Meio Ambiente” aborda de maneira crítica um dos problemas mais urgentes da atualidade: a relação entre mineração e meio ambiente. O evento acontece até o dia 29 de julho na Nave Coletiva.
O evento aborda os impactos da mineração no Brasil, Honduras e Peru e discute os seus prejuízos e riscos exibindo quatro longas: “Ode ao Choro”, de Cecília Engels; “Lavra”, de Lucas Bambozzi; “A ilusão da abundância”, de Erika González Ramirez e Matthieu Lietaert; e “O lugar mais seguro do mundo”, de Aline Lata e Helena Wolfenson, sendo que esses dois últimos são inéditos em circuito comercial. Os temas mostram os impactos nas vidas de pessoas atingidas pelo rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho (MG) e também em Honduras e Peru.
“A Ilusão da Abundância”, por exemplo, foi exibido no Parlamento Europeu, enquanto “O lugar mais seguro do mundo” foi premiado no Festival DocLisboa. Já “Lavra”, foi premiado no Festival de Brasília e na Mostra Ecofalante, além de exibido em eventos internacionais como no Hotdocs de Toronto, no 26.º Festival de Cine de Lima, tendo recebido uma menção honrosa no XVII World of Knowledge em São Petersburgo, e o Prêmio Signis no 16.º Atlantidoc. E “Ode ao Choro” fez parte da Mostra de Cinema Paulista, promovida pelo SESC.
Serviço
Mostra Cinema e Mineração
Data: até 29 de julho de 2023
Local: Espaço Nave | Rua José Bento, 106, Cambuci, São Paulo/SP
Horários:
- Exibição dos filmes: 19h30
- Mesas: 21h
- Encerramento: 22h
Programação completa
Dia 27/07 (quinta-feira), às 19h30
Filme: A Ilusão da Abundância, de Erika González e Matthieu Lietaert
Tema mesa: Mulheres, Mineração e Meio Ambiente
Mesa confirmados: Carolina de Moura. Mediação: Malu Ribeiro (SOS Mata Atlântica)
Dia 28/07 (sexta-feira), às 19h30
Filme: Lavra, O Filme, de Lucas Bambozzi
Tema mesa: Máquina do Mundo
Mesa confirmados: Lucas Bambozzi e José Miguel Wisnik. Mediação: Luiz Marques
Dia 29/07 (sábado), às 19h30
Filme: O lugar mais seguro do mundo, de Aline Lata e Helena Wolfenson.
Tema mesa: Vidas Rompidas
Mesa confirmados: Aline Lata, Helena Wolfenson e Marlon. Mediação: Julia Neiva (Conectas)
Mais informações sobre os filmes
A ilusão da abundância
Direção: Erika González e Matthieu Lietaert
Apesar do desequilíbrio de poder, Bertha, Carolina e Máxima compartilham um objetivo em comum: liderar a luta contra os conquistadores modernos.
Em um ambiente em que os governos e corporações, envolvidos em uma corrida global por crescimento ilimitado, precisam obter as matérias-primas mais baratas, essas três mulheres contam uma história de coragem implacável: como continuar lutando para proteger a natureza quando sua própria vida está em risco? Quando repressão policial, assédio corporativo, agressões ou até mesmo ameaças de morte fazem parte de sua rotina diária?
A ilusão da abundância não se trata apenas das pessoas que pagam o preço alto do “desenvolvimento” e do “progresso”. É, acima de tudo, um filme sobre a globalização da luta socioambiental e do esforço para perseguir as corporações transnacionais e alcançar a justiça, em qualquer parte do mundo: três mulheres que arriscam suas vidas para proteger nosso planeta.
Lavra
Direção: Lucas Bambozzi
O filme narra a jornada da geógrafa Camila a partir do rio Doce, contaminado pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, que varreu povoados do mapa e matou 19 pessoas. Em uma espécie de road movie, Camila segue o caminho da lama tóxica, deparando-se com paisagens, comunidades e pessoas devastadas, até que outra barragem que se rompe, em Brumadinho, matando cerca de 300 pessoas. Ao ver a tragédia de perto, ela sente-se pela primeira vez atingida e se envolve com movimentos de resistência.
O lugar mais seguro do mundo
Direção: Aline Lata e Helena Wolfenson
O filme acompanha Marlon, um jovem cuja vida foi transformada depois que sua cidade foi soterrada pelo rompimento de uma barragem de rejeito de minério. Refugiado de sua casa, ele enfrenta novos desafios e presencia a repetição de mais uma tragédia da mineração no Brasil. “O lugar mais seguro do mundo” é a forma de Marlon se referir ao seu lugar de origem, hoje cercado por câmeras e seguranças. Ironicamente, ele garante que nada mais pode acontecer lá.