ORQUESTRA FILARMÔNICA DE LUXEMBURGO

De Tarcílio de Souza Barros

Cauê Diniz

O Mozarteum Brasileiro trouxe ao Brasil a violinista Simone Lamsla, que se exibiu com a Orquestra Filarmônica de Luxemburgo, com direção de Gustavo Gimeno — com retumbante performance na elegante Sala São Paulo.

   A orquestra, fundada em 1993 pela Rádio de Luxemburgo, é reputada como uma das melhores orquestras da atualidade. Dinâmica, famosa por sua musicalidade e elegância sonora, se apresenta sempre com amplo sucesso nas principais salas do mundo. O Grão-Ducado de Luxemburgo é um pequeno país no coração da Europa, na fronteira entre as culturas germânica e latina. Gustavo Gimeno, espanhol de Valência, é o diretor musical da OPL. Esbanjou talento na condução da orquestra. Jovem, dinâmico, imponente, faz uso das mãos e braços de forma ampla, abrangendo talentosamente todo o corpo musical sob sua regência, numa magistral coreografia.

Cauê Diniz

Após ‘Abertura Coriolano, de Beethoven (1770-1827) — baseada na trágica história do general Marcio Coriolano que foi vencedor da batalha contra os voiscos, foi traído, banido de Roma, escolhe o suicídio como solução honrosa — Simone Lamsla, solista de violino nascida na Holanda, leva a platéia ao delírio ao executar o romântico Concerto para Violino de Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847). É escrito em três movimentos: o primeiro é apresentado diretamente pela solista, numa época em que era norma a orquestra oferecer uma introdução para só depois o solista se apresentar. O Andante em estilo lírico envolve o segundo movimento, para finalizar por um rondó-sonata. O tema dessa obra-prima da música se imortaliza por uma nostálgica beleza sonora. A técnica e a linguagem do Concerto para Violino de Mendelssohn foi absorvido pela sensível violinista que ao termino foi longamente ovacionada pela platéia vindo a conceder um bis.

Cauê Diniz
 

  Ao final a esplêndida execução da Sinfonia nº 1 de Johannes Brahms (1833-1897), pela OPL juntamente com à atilada regência de Gustavo Gimeno, levou o público ao êxtase da noite. Escrita entre os anos de 1855 e 1876, em sua apresentação inicial se consumou como uma peça genial. Retumbante em acordes emocionais, inclina a musicalidade em passagens românticas. Grandiosa em sua polifonia (sucessão de sons) empolga e desperta o entusiasmo daquele que a ouve. Uma catedral de sons explodem a cada momento no ar envolvido por alucinante beleza sonora. Exercício de rupturas e compassos para atingir a genialidade musical.

  Ao final da esplêndida performance o público em pé aplaudiu longamente solicitando bis. E o coroamento ocorreu com a oferenda das belíssimas Danças Eslavas, do tcheco Antonin Dvorak.

Serviço:

  • Orquestra Filarmônica de Luxemburgo
  • Sala São Paulo
  • Praça Júlio Prestes, 16 – Campos Elíseos – São Paulo
  • Sextas, às 21h.

Veja também