“Paul Gauguin: o outro e eu” segue em exposição no MASP 

Foto: Rovena Rosana/Agência Brasil

Ainda dá tempo de conferir a exposição “Paul Gauguin: o outro e eu”, que fica em cartaz no MASP até o dia 6 de agosto. Considerado um dos mais importantes artistas modernos surgidos na França no século 19, Gauguin é reconhecido como o artista que negava um estilo único na pintura e na diversidade de formas e elementos que utilizava, estando fora do panorama cultural europeu.

O artista realizou experimentos radicais com pintura, gravura e escultura, em madeira e cerâmica, sempre em busca de novos métodos artísticos, criando obras fascinantes e sedutoras, e reinventando um passado de maneira profunda e problemática. 

Esta é a primeira exposição a abordar de maneira crítica a problemática relação do artista com esse “outro”. Sua obra, sobretudo no período do Taiti – ilha no oceano Pacífico que integra a Polinésia Francesa – é uma extraordinária investigação sobre a figura e a cor, assim como é extremamente contemporânea no modo como se apropriou de iconografias de diversas culturas, colocando-as em diálogo com a própria tradição da pintura ocidental. 

Por outro lado, Gauguin também destacou o “outro” como exótico e primitivo, em um desejo fantasioso pelos “trópicos”, uma visão idílica carregada de ficções e estereótipos e estruturada por uma relação de poder – entre o “outro” e eu. Para tornar essa narrativa mais intrincada, o próprio artista se declarava “primitivo”, “selvagem” e falava de seu “sangue inca”, uma vez que sua mãe era peruana e ele vivera em Lima quando criança. De todo modo, é evidente que suas pinturas erotizam o corpo da mulher indígena, enfatizando uma suposta disponibilidade sexual aos olhos e às tintas do homem branco europeu.

Foi a busca por uma arte mais pura e autêntica, bem como por paraísos supostamente imaculados pela civilização, o que levou Gauguin a deixar a França para se fixar no Taiti, ainda hoje um domínio francês na Polinésia. Ele se mudou para lá em 1891, aos 43 anos, e lá viveu até sua morte, com um intervalo de dois anos em Paris, para onde regressou a fim de expor e vender suas obras. A relação com o outro é sempre dada a partir do “eu”, de si próprio, daí o destaque da mostra nos autorretratos do artista.

Serviço

Paul Gauguin: o outro e eu

Período expositivo: até 6 de agosto

Onde: MASP | Av. Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo – SP

Classificação: Livre

Ingressos: Compre aqui

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