Está em cartaz na Pinacoteca de São Paulo a maior exposição com a obra de Jonathas de Andrade. “Jonathas de Andrade: O rebote do bote” é a mais abrangente exposição do artista organizada até o momento. Com curadoria de Ana Maria Maia, curadora-chefe da Pinacoteca de São Paulo, o projeto, que ocupa o quarto andar da Pinacoteca Estação, oferece ao público um panorama da produção realizada por Jonathas durante os últimos quinze anos.
Dividida em três salas, a mostra apresenta a produção desse artista que se dedica a construir abordagens e vivências, nas quais o acesso ao outro e às diferenças é motivado pelo desejo e, consequentemente, também carregado de performances do poder, disputas e questões éticas. “A ideia era percorrer momentos diferentes da carreira de Jonathas de Andrade, mas sem necessariamente criar uma cronologia. Pensamos em grandes temas, mas o fio condutor foi entender os aspectos dessas relações que ele propõe com pessoas, com colaboradores, personagens dos trabalhos”, afirma Ana Maria Maia.
Na sala 1, intitulada “Corpo para Jogo”, a narrativa da mostra começa apresentando a sexualidade em um conjunto de obras que incorrem em tematizações da masculinidade e do homoerotismo. É possível ver suas passagens por cidades, arquivos e histórias e, por meio delas, perceber que a busca desse corpo é a todo tempo carregada de perigos e promessas.
Na sala 2, denominada “Jogos de Corpos”, existe uma reflexão sobre as dinâmicas de alteridade, dotadas de mecanismos de escuta, colaborações e resistência. O artista costuma refletir sobre questões laborais e negociações constantes de lugares, agências e memórias sociais. Representado no exercício de sua ocupação, o trabalhador encontra formas de resistir ao olhar fotográfico; sua excelência no manejo do ofício torna-se ferramenta para tensionar o fetiche e disputar a direção da cena.
A sala 3, chamada de “Escalas de devoração”, aborda o jogo tenso de convívio e cuidado, preservação e saque, nos âmbitos sociais, institucionais e ambientais. A curadoria provoca um encontro de obras de tempos distintos.
Sobre Jonathas de Andrade
Jonathas de Andrade (1982, Maceió) vive e trabalha na cidade de Recife. Em 15 anos de carreira, criou obras que revisitam imaginários socioculturais, sobretudo referentes à região Nordeste do Brasil, e trazem à tona questões de gênero, classe e raça, com frequência apropriando-se, como suporte, da fotografia, de vídeos, de instalações e de coleções.
Já realizou mostras solo em diversas instituições, como The Power Plant, no Canadá; New Museum, em Nova York; Museu de Arte de São Paulo (Masp); Alexander and Bonin Gallery; Museu de Arte do Rio; Instituto Banco Real; Fundação Joaquim Nabuco; Musée d’Art Contemporain de Montréal; e Kunsthalle Lissabon, em Lisboa.
Participou de residências artísticas em Darat al Funun, Amman, na Jordânia; Wexner Center for the Arts, Columbus, Estados Unidos; Gasworks / Train Residence Programme, Londres, Inglaterra; Casa Maauad, Cidade do Mexico; e A Tale of a Tub, Rotterdã, Holanda. E esteve em mostras coletivas como a 29a e a 32a Bienal de São Paulo; Sharjah Biennial 13; 12a Bienal de Lyon, na França; 2nd New Museum Triennial, em NY; 7a Bienal do Mercosul, em Porto Alegre; 10th Gwangju Biennale, na Coreia; 32a Panorama da Arte Brasileira; When Attitudes Became Form Become Attitudes, CCA Wattis Institute for Contemporary Art, em San Francisco; Histórias Mestiças, Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; 12a Bienal de Istambul, na Turquia, entre outras.
Serviço
Jonathas de Andrade: O rebote do bote
Período: 24.09.2022 a 28.02.2023
Onde: Edifício da Pina Estação | Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia, São Paulo – SP
Ingressos: Compre aqui