Ainda dá tempo de conferir a exposição “Sala de Vídeo: Dominique Gonzalez-Foerster”, em cartaz no MASP até dia 13 de fevereiro. São três curtas, Gloria (2008), Marquise (2007) e Plages (2001), que passeiam entre ficção, documentário e memórias pessoais.
Com duradoria de María Inés Rodríguez, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea do MASP, a mostra reúne filmes que fazem parte de uma série de curtas-metragens articulados em torno de imagens filmadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas também mostram a estreita relação da artista com o Brasil. Os três curtas refletem seu olhar atento, bem como seu interesse por uma certa arquitetura moderna e por uma paisagem urbana representada pela figura de Roberto Burle Marx (1909-1994).
Gloria nos mostra, de forma irônica, a Praça Paris, construída nos anos 1920 e projetada com jardins semelhantes aos do Palácio de Versalhes. É considerada uma joia da Belle Époque carioca, quando o modelo urbano e arquitetônico veio de Paris, embora apresente vestígios de um colonialismo latente e ainda presente.
Marquise toma como cenário a longa e sinuosa marquise que liga os cinco edifícios culturais do Parque Ibirapuera. Projetada em 1951 por Oscar Niemeyer (1907-2012), essa extensa área de mais de 27 mil metros quadrados é um movimentado “ponto de encontro”, no qual DGF interveio, durante a Bienal de São Paulo de 2006, duplicando os pilotis que suportam a estrutura.
Em Plages, a sequência de imagens nos transporta para Copacabana e seus famosos pavimentos projetados por Burle Marx. Uma multidão com pessoas vestidas de branco, celebrando a chegada do ano 2000, fogos de artifício, trovões e flashes, acompanhados de locuções que falam e cantam lembranças de uma Copacabana que é vista como um lugar de possibilidades.
Dominique Gonzalez-Foerster (Estrasburgo, 1965) é uma artista francesa que vive e trabalha entre Paris e o Rio de Janeiro. Sua prática artística envolve múltiplas disciplinas, desde instalações imersivas, até personificações por meio de hologramas ou performances, até filme e som. As diversas formas que seu trabalho pode assumir são marcadas pela presença, entre outras, da literatura, da filosofia e da arquitetura, assim como fragmentos que se referem à sua história pessoal. O universo de DGF incita o espectador a percorrer sua obra de forma orgânica, criando um novo imaginário espaço-temporal, uma obra na qual se é ao mesmo tempo “um passageiro, um leitor, uma silhueta, um acumulador de percepções”, como a artista justamente aponta.
Para adquirir os ingressos antecipadamente, acesse https://cutt.ly/SOhmrOs.