Com o objetivo de incentivar a reflexão no contexto desafiador em que nos encontramos, a série Ideias, promovida pelo Sesc São Paulo por intermédio de seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), traz a transmissão ao vivo de debates sobre as principais questões que tensionam a agenda sociocultural e educativa atual. Sempre às 16h, as conferências acontecem pelo canal do YouTube do Sesc São Paulo, com participação do público e tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Entre os dias 1 e 5 de dezembro, a série Ideias traz debates sobre assuntos diversos, como os desafios ao controle da epidemia de HIV e AIDS, na terça (1/12) – tema que também se estende para quarta-feira, (2/12), quando se abordará os seus estigmas e desigualdades sociais -; o cuidar de quem cuida: redes de apoio a doenças raras, na quinta-feira (3/12); sobre memória, turismo e espaço urbano, na sexta-feira (4/12), e do protagonismo das pessoas com deficiência nas produções culturais no meio digital, no sábado (5/12), encerrando a programação da semana. Para mais informações sobre as mesas e seus participantes, consulte a programação abaixo.
PROGRAMAÇÃO IDEIAS #EMCASACOMSESC
1 de dezembro, terça-feira
Desafios ao Controle da Epidemia de HIV e AIDS
Nos últimos anos tivemos importantes avanços científicos em relação aos tratamentos e ao controle de HIV/AIDS. Ainda assim, prestes a completar quatro décadas e com tecnologia para acompanhamento e controle, a doença se faz presente no mundo todo. O debate, que faz parte do Projeto Contato do Sesc São Paulo – este ano em versão online -, propõe a contextualização da epidemia de AIDS no panorama atual e a reflexão acerca das dificuldades de acesso a tratamentos e à informação de qualidade e a sua importância na disseminação da doença.
Participantes:
Micaela Cyrino – artista visual e ativista pelas pessoas negras vivendo com HIV.
Arthur O. Kalichman – médico sanitarista no Centro de Referência e Treinamento em DST-Aids da SES-SP. Foi Coordenador do Programa Estadual de DST/Aids e Diretor do CRT.
Roseli Tardelli – jornalista, criadora da Agência de Notícias da Aids, no Brasil e da Agência Sida, em Moçambique. Fundadora do projeto social “Lá em Casa”.
Apresentação e mediação:
Fábia Lopez – assistente técnico da Gerência de Saúde e Odontologia do Sesc São Paulo.
2 de dezembro, quarta-feira
Desafios ao Controle da Epidemia de HIV e AIDS: Estigmas e Desigualdades Sociais
Prestes a completar 40 anos desde o primeiro caso registrado de HIV, muitos avanços científicos foram feitos. Políticas públicas, tratamentos e métodos preventivos bastante eficazes permitem qualidade de vida para quem vive hoje com HIV. Mas por que ainda é tão difícil falar sobre o assunto? Por que não se consegue interromper a propagação do vírus e a disseminação da doença? Para além de características biológicas e comportamentais, há fatores sociais determinantes nessa equação, como desigualdades sociais, preconceitos e estigmas, que dificultam o diálogo e a busca por informações de qualidade. Abordar o assunto e reconhecer as dificuldades é um passo importante e necessário para o enfrentamento da doença. É o que pretende tratar este segundo debate do Projeto Contato do Sesc São Paulo, que conta com contribuições de ativistas e estudiosos para fomentar tão importantes reflexões.
Participantes:
Carué Contreiras – médico sanitarista e ativista, membro da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (RNP+), atua na interface entre a ciência e os direitos humanos.
Ariadne Ribeiro – pesquisadora, Especialista Mestre e Doutoranda em Psiquiatria e Psicologia Médica pela Universidade Federal de São Paulo e Assessora de Apoio Comunitário no UNAIDS Brasil.
Mediação:
André Canto – diretor e produtor audiovisual, idealizou e dirigiu o documentário “Carta para além dos muros”.
Apresentação:
Kátia Dutra – fisioterapeuta e assistente técnica da Gerência de Saúde e Odontologia do Sesc SP.
3 de dezembro, quinta-feira
Cuidar de Quem Cuida: Redes de Apoio a Doenças Raras
O Cuidar de Quem Cuida é uma ação em rede do Sesc São Paulo, direcionada à cuidadores de crianças de zero a seis anos (mães, pais, avós, educadores e demais profissionais envolvidos com os cuidados à primeira infância), que propõe encontros e atividades práticas e reflexivas sobre cuidado e autocuidado. Nesta temporada, o tema versa sobre as redes de apoio a esses adultos em meio à pandemia de coronavírus e aos desafios que ela nos impõe. As doenças raras são definidas pela OMS como uma doença que afeta até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos. No Brasil, são cerca de 13 milhões de brasileiros – sendo 75% crianças. Caracterizadas por uma ampla diversidade de sintomas, em sua maioria de origem genética, as doenças raras estão classificadas entre seis a oito mil tipos, de acordo com as variações de cada síndrome, tornando difícil o diagnóstico e exigindo tratamentos complexos e constantes. Neste cenário, as mães são a linha de frente na busca por apoio e respaldo para atendimento de seus filhos e filhas. As redes de apoio constituem uma importante forma de auxílio e troca para mães e cuidadores, criando espaços de segurança e de compartilhamento de experiências, angústias e temores. Este encontro apresenta algumas destas redes e como elas se tornam essenciais no amparo psicossocial, econômico e na luta por direitos ao acesso e manutenção dos cuidados para crianças com doenças raras no país, sobretudo no atual contexto pandêmico que exige recolhimento e inibe circulação e restringe acessos, fragilizando ainda mais as condições de saúde e atenção para estas famílias.
Participantes:
Adriana Dias – antropóloga, Mestre e Doutora em Antropologia Social pela UNICAMP. Pesquisadora e consultora em estudos sobre deficiência, direitos humanos e mídia social. Fundou e coordenou a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e o Comitê Deficiência e Acessibilidade de 2012 a 2018. É consultora na área de desenvolvimento de políticas públicas para pessoas com deficiência (desde 1993) e doenças raras (desde 2008) nas áreas de educação e saúde.
Regina Próspero – bacharel em Direito com Pós-Graduação em Compliance Healthcare, Membro Titular do GT do Ministério da Saúde para Doenças Raras e colaboradora no desenvolvimento de Políticas Públicas para doenças raras no Brasil desde 2001. Fundadora do Instituto Vidas Raras, é coordenadora nacional do “Livro Doenças Raras de A a Z”, “Compêndio de Doenças Raras”, da “Revista Vidas Raras” e Coordenadora da Campanha #PézinhoNoFuturo.
Marcial Francis Galera – médico pediatra e geneticista. Professor do Departamento de Pediatria, da Faculdade de Medicina da UFMT. Membro do Grupo de Trabalho do MS que elaborou a Política de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, ex-presidente e atual vice-presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica.
Mediação:
Kelly Cecilia Teixeira – artista, educadora e gestora cultural, licenciada em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, pós-graduada nos cursos “Fundamentos da Cultura e das Artes” pela UNESP, e “Educação em Museus e Centros Culturais” pelo Instituto Singularidades. Atua na área artístico-cultural do Sesc São Paulo desde 2008. Atualmente é gerente adjunta da unidade do Sesc Osasco. Mãe do Miguel (i.m) e da Clarice.
Apresentação:
Sabrina da Paixão – historiadora, mestra e doutoranda em Educação pela Universidade de São Paulo. Pesquisadora do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
4 de dezembro, sexta-feira
Memória, Turismo e Espaço Urbano: Narrativas em Disputa
Pensar na democratização de um lugar envolve compreender que há uma multiplicidade de presenças e de camadas de memórias em cada espaço, que envolve também disputas, mesmo quando existem convergências e busca por equilíbrio. Os modos de se narrar as memórias no presente fazem parte de um exercício democrático na prática turística e educativa. Os convidados desta mesa narram personagens, lugares e produções culturais importantes da cidade que devem ser reconhecidas, assim como memórias difíceis de histórias muitas vezes marcada por violências e opressões. O que este tipo de prática turística pode, no exercício de educação e cidadania e no desafio de uma cidade mais plural e democrática? A conversa faz parte da programação do Sesc, na Jornada do Patrimônio, realizada anualmente desde 2015 pelo Departamento de Patrimônio Histórico, da Prefeitura Municipal da Cidade de São Paulo. Nesta 6ª edição, o tema é “nossa cidade, nossas memórias”, refletindo sobre como a sociedade articula suas memórias, saberes e conhecimentos, no sentido de construir uma cidade mais plural, voltada a entender sua complexidade e enfrentar os desafios e conflitos sociais.
Com intervenção poética de Abílio Ferreira, que integrou o Quilombhoje de 1984 a 1990, tendo também participado de oito dos 42 volumes da antologia Cadernos Negros. Seu livro de estreia, “Fogo do Olhar”, foi publicado pelo grupo em 1989.
Participantes:
Daniel Munduruku – escritor e professor, da etnia indígena Munduruku. Mestre em Antropologia social e doutor em Educação pela USP e pós-doutor em Literatura pela UFSCar.
Thais Avelar – educadora e turismóloga. Especialista em cultura e relações étnico-raciais, mestre em Museologia e doutoranda pesquisando arte, memória e patrimônios negros pela USP.
Renato Cymbalista – professor livre-docente da FAU-USP. Coordenador do grupo de pesquisa Lugares de Memória e Consciência (USP-CNPq). Organizou o Guia dos lugares difíceis de São Paulo (Annablume, 2019)
Apresentação e mediação:
João Paulo Guadanucci – mestre em História da Arte, bacharel em Filosofia e Artes Visuais e assistente técnico da Gerência de Estudos e Desenvolvimento do Sesc São Paulo.
5 de dezembro, sábado
O Protagonismo das Pessoas com Deficiência nas Produções Culturais no Meio Digital
A proposta deste debate é discutir, sob diferentes pontos de vista, questões relacionadas às produções culturais dos artistas com deficiência durante a pandemia. Não é novidade que as atividades da área artística, que por natureza são presenciais e prezam pelo encontro e troca, foram afetadas pelo modelo imposto de isolamento para conter a disseminação do coronavírus. Os avanços, desafios e usos das tecnologias nas plataformas de encontros virtuais permitiram encontros à distância e possibilitaram novas formas de fazer, mostrar e apreciar as atividades artísticas. Se antes, para assistir um espetáculo era preciso sair de casa, hoje é preciso “entrar” no link. Os ambientes, ações e atividades foram remodelados, reinventados e ressignificados. Não é uma substituição; certamente o ambiente virtual não dá conta de reproduzir as sensações da experiência de estar presente. No entanto, estigma, capacitismo e dificuldade de acesso das pessoas com deficiência permaneceram e se mostram presentes nesse novo formato. Refletir a respeito de experiências, modelos e possibilidades que possam garantir a equidade de oportunidade faz parte deste encontro.
Participantes:
Nicole Somera – bacharel em Música Popular e Mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Criou e coordena o Projeto de Recursos de Acessibilidade para as produções culturais do Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp (CIDDIC) desde 2017. O projeto oferece palestra Menu, audiodescrição, legenda e entrada acessível para os grandes eventos do Centro, como as óperas e festival de corais. Em 2019, lançou o livro “O artista com deficiência no Brasil”, pela Editora Appris.
Edu O. – dançarino, performer, escritor e professor da Escola de Dança da UFBA. Graduado em Artes Plásticas, com Mestrado em Dança pela UFBA. Doutorando em Difusão do Conhecimento (DMMDC). Diretor do Grupo X de Improvisação em Dança. Colider no Grupo de Pesquisa PORRA.
Cintia Alves – dramaturga, diretora teatral, pedagoga e pesquisadora de acessibilidade estética. Mestra em Pedagogia do Teatro pela ECA/USP. Coordenadora do Coletivo GRÃO – Arte e Cidadania que desenvolve processos de mediação na criação de diálogos estéticos e criativos com pessoas com deficiência. Docente do Laboratório de Dramaturgia do Teatro J. Safra (2014-2015). Escreveu o livro de poesia para crianças “Poemas e Outros Bichos” publicado pela Editora Quatro Cantos (2017).
Mediação:
Nicole Somera – bacharel em Música Popular e Mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Criou e coordena o Projeto de Recursos de Acessibilidade para as produções culturais do Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp (CIDDIC) desde 2017. O projeto oferece palestra Menu, audiodescrição, legenda e entrada acessível para os grandes eventos do Centro, como as óperas e festival de corais. Em 2019, lançou o livro “O artista com deficiência no Brasil”, pela Editora Appris.
Apresentação:
Silvia Mayeda – graduada em Educação Física pela Unicamp, cursou especialização e mestrado em Atividade Física Adaptada pela Unicamp, com foco da pesquisa na área de Lazer para pessoas com deficiência. Técnica de programação do Sesc São Paulo.
+ SESC NA QUARENTENA
Desde o final de agosto, cinco meses após a suspensão majoritária do atendimento presencial nas unidades, o Sesc São Paulo anunciou uma parcial e gradativa retomada, com um número restrito de atividades, dirigidas aos alunos que já eram inscritos nos cursos de Ginástica Multifuncional, Práticas Corporais e Corrida, além de pacientes das Clínicas Odontológicas cujos tratamentos foram interrompidos pela pandemia. Todas essas atividades estão sendo previamente agendadas, visando restringir a circulação de público no interior das unidades. Em outubro, a instituição anunciou nova etapa da retomada gradual dos serviços, desta vez de Exposições – inicialmente nas unidades da capital, Grande São Paulo, Santos e Taubaté -, das Bibliotecas alocadas nas unidades e a exibição de filmes no CineSesc, tudo mediante agendamento prévio pelo sistema de bilheteria online em sescsp.org.br. Todas as 40 unidades do estado deram início a essa retomada gradual, à medida que os municípios em que estão instaladas atinjam a classificação necessária para reabertura, estabelecida pelo Plano São Paulo do Governo do Estado, e em conformidade com as regulações municipais.
Paralelo à retomada gradual de alguns serviços presenciais, a instituição segue oferecendo um conjunto de iniciativas on-line, que garantem a continuidade de sua ação sociocultural nas diversas áreas em que atua. Pelos canais digitais e redes sociais, o público pode acompanhar o andamento dessas ações e ter acesso a conteúdos exclusivos de forma gratuita e irrestrita. Confira a programação e fique #EmCasaComSesc.