Tarcilio comenta filmes da 47.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Filme “Palimpsesto”/Divulgação

Por Tarcilio de Souza Barros

No dia 12 de outubro, saímos de Mairiporã às 7h da manhã com destino à cabine de imprensa da 47.ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que por convite da direção estamos cobrindo esse evento cultural de renome na Pauliceia.

Chegamos ao Espaço Itaú, na rua Augusta, para assistir o filme “Conversas pela Noite” (Talks overnight), ficção produzida em Hong Kong, e “Palimpsesto” (Palimpsest), produzido na Finlândia.

Com roteiro também da diretora do filme, Su Qiqi, a obra conta a história de dois personagens beirando os 50 anos que fazem tudo juntos.

Como poeta ele, compõe poesias. Ela professora aposentada, compartilha sua arte com ele.

Um filme denso, analisando as emoções humanas. 

Silencioso como a solidão do casal.

Fotografia, score musical e interpretação dos atores sustentam um excelente filme.

O segundo filme, “Palimpsesto”, foi extraordinário pelo insólito roteiro da roteirista e diretora finlandesa Hanna Västinsalo. 

Ele conta a saga de Juhani e Tellu, ambas já na casa dos 80 anos, dividindo um quarto. Os dois são selecionados para participar de uma pesquisa médica de rejuvenescimento. Isso agrada sobejamente, pois quem não quer estender sua vida através do rejuvenescer?

Tellu e Juhani percebem que o processo de rejuvenescimento têm uma forte cognição dolorosa, por voltar a memória dos tempos vividos.

Palimpsesto significa uma restauração sobre uma tela de pintura gasta, tornando-a nova. Símbolo dos personagens idosos, buscando a juventude.

A diretora na narração dos fatos coloca em cena três personagens contando 80, 60 e 40 anos, cada um narrando sua experiência de vida.

Direção impecável, atores capacitados, fotografia, montagem e fundo musical sustentam uma obra cinematográfica que foi premiada na Bienalle di Venezia.

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