Por Tarcilio de Souza Barros
O filme “Uma Vida Comum” (Still Life), em exibição na 47.ª Mostra Internacional de Cinema, conta a saga de John May, um dedicado funcionário da Câmara de Kennington, na Inglaterra. No dever de inventariante, pesquisa o passado de pessoas falecidas para averiguar se deixaram descendentes, para assim informar aqueles que não sabiam da morte do familiar.
Considero esse “plot” inusitado, pois creio que o cinema jamais apresentou algo a respeito de um assunto social e humano.
Com roteiro e direção do italiano Ulrico Pasolini, a trama constrói um tema único ao contar os finais da vida do ser humano.
Sustenta o filme um contingente de técnicos de alta qualidade como montador, fotografia, música discreta e ritmo fílmico, nascendo uma obra cinematográfica admirável.
Eddie Marsan, que dá vida a John May, interpreta seu papel com discrição, ausência de gestual exagerado, exibindo tão somente pela face o dramático “role”.
Demais atores sóbrios integram com bom brilho seus papéis.
Destaque para a cor do filme, com tons acobreados, nuances de sépia, e o inevitável preto, pois se trata de uma obra fílmica abordando a morte.
O espectador vai se envolvendo pela narração, pela interpretação dos atores, chegando ao desfecho do filme de uma sutileza humana comovente.
Deixamos de avaliar o final para o espectador. Havendo dúvidas sobre o final basta contatar a redação, que dará explicação conforme o interessado.
Serviço
Filme: Uma Vida Comum
Tit.orig. Still Life
Origem: Reino Unido/Itália – Cor – 87 min – Ficção
Avaliação: ótimo