Foto: RodriguezRemor
No próximo dia 6 de novembro, domingo, acontece a última exibição da “Mostra de Documentários: Filmes do Barro”, promovida pelo Museu de Arte Moderna (MAM).
Na ocasião será exibido o curta “Dagmar, Filha do Barro”, do diretor e curador da mostra RodriguezRemor, e, na sequência, o longa “Do Pó da Terra, de Maurício Nahas”, encerra a sessão. Os filmes conectam a manufatura cerâmica ao longo do rio Jequitinhonha, de onde se retira o barro sagrado que define a vida dos artistas que vivem às suas margens, tanto em Minas Gerais, quanto na Bahia.
A mostra resgata pesquisas audiovisuais sobre práticas cerâmicas tradicionais e busca revelar as mestres e seus saberes apresentando técnicas, procedimentos, questionamentos e contextos de grupos étnicos e ancestrais no território brasileiro, lançar um olhar crítico sobre os domínios da cerâmica que estão intimamente ligados ao território e sensibilizar o público sobre esses fazeres e modos de vida em desaparecimento. É um convite à reflexão sobre o fazer do barro e a urgência da salvaguarda desses conhecimentos, que minguam na mesma medida em que territórios tradicionais são loteados e invadidos recebendo novas populações e funções.
Para conferir as exibições, se inscreva aqui.
Sinopse
Dagmar, Filha do Barro, 2022, RodriguezRemor, 21min
Acompanha o cotidiano da artista baiana Dagmar Muniz de Oliveira, que manufatura os maiores vasos cerâmicos do Brasil. Uma pesquisa audiovisual sobre a força do matriarcado na luta pela sobrevivência e manutenção de tradições ancestrais, em cruzamento com as etapas de confecção cerâmica: a busca do barro na foz do Jequitinhonha, a secagem e a preparação da argila, a modelagem das peças em família, o enfornamento dos potes e a singular queima em forno caieiras.
Do Pó Da Terra, 2016, Maurício Nahas, 1h19min
Um retrato afetivo e aprofundado sobre a relação entre os artesãos e moradores do Vale do Jequitinhonha e a matéria-prima que utilizam, o barro, substância que vem da terra de onde vieram os homens e que dá a chance de transformar a miséria em arte.